Resultados Parciais do Projeto
O projeto teve início com o convite formal às prefeituras dos municípios integrantes da RIC por e-mail e telefonemas, explicando os objetivos e a importância da adesão de cada um ao projeto. Àqueles municípios que responderam positivamente e aceitaram participar, foram agendadas reuniões online com os gestores ou representantes legais de cada município relacionados à coleta e destinação de RSU. Nestas reuniões, o projeto foi apresentado em mais detalhes e sugestões foram ouvidas. Um termo de consentimento livre e esclarecido foi solicitado e integrou um rol de documentos para avaliação do projeto pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Pará. Aprovado o projeto pelo comitê de ética (N° 5.222.807), foi aplicado o questionário para 18 municípios pertencentes a RIC que manifestaram interesse em participar do projeto, a saber: São João do Araguaia, Eldorado do Carajás, Abel Figueiredo, Cumaru do Norte, Sapucaia, Palestina do Pará, Floresta do Araguaia, Nova Ipixuna, São Domingos do Araguaia, Xinguara, Goianésia do Pará, Canaã dos Carajás, Jacundá, Marabá, Parauapebas, Piçarra, Rio Maria e Santana do Araguaia. Os gestores responsáveis pelo gerenciamento dos RSU de cada município preencheram o questionário preparado pela equipe, disponibilizado na plataforma virtual Google Forms, considerando as sete dimensões que norteiam a pesquisa: Ambiental, Social, Cultural, Econômica, Tecnológica, Saúde e Política.
Dados Gerais
A coleta de RSU é uma etapa importante no processo de gerenciamento dos RSU, pois grande parte dos resíduos são destinados em locais inadequados. Os municípios são responsáveis por 78% dos serviços de coleta de RSU e 22% são terceirizados. A média de coleta de RSU foi alta em todos os municípios da RIC integrantes do projeto, mas apesar da importância do controle sobre a quantidade de RSU produzido em um município, seis não responderam esta questão (Figura 1).
Figura 1. Quantidade média/total coletada de RSU nos municípios.
Quando questionados sobre deficiências para coleta de RSU, 44% dos municípios entrevistados responderam ter dificuldades na execução desta etapa, conforme mostra a figura 2.
Figura 2: Deficiências de coleta de RSU no município.
As questões relacionadas a destinação de RSU são marcadas por controvérsias e ausência de políticas públicas de gestão desses resíduos. Neste estudo, a ausência de políticas foi o principal obstáculo apontado por metade dos entrevistados (Figura 3).
Figura 3: Obstáculos para a destinação final de RSU nos municípios.
Todos os gestores entrevistados responderam que há limpeza de ruas e logradouros públicos, sendo 89% total e 11% parcial (Figura 4).
Figura 4: Limpeza das ruas e logradouros públicos.
A limpeza diária é a que ocorre como maior frequência (77,8%) entre os municípios (Figura 5).
Figura 5: Frequência da limpeza de ruas e logradouros públicos dos municípios.
O risco de contaminação de pessoas que transitam ou vivem próximo a lixões é um grave problema de saúde pública ainda sem solução. Os resultados mostram que 22% dos municípios possuem aterros localizados a menos de 1 km de aglomerados residenciais. Além disso, metade dos gestores responderam que há catadores no local de disposição final de RSU (Figura 6).
Figura 6: Percentual de catadores localizados em aterros controlados e lixões.
As ações de monitoramento da saúde dessas pessoas é essencial para identificar a origem e causa da doença. Neste trabalho, foi observado que um pouco mais da metade dos municípios realiza essa ação (Figura 7).
Figura 7. Monitoramento da saúde das pessoas que trabalham no local de disposição final de RSU.
Além disso, foi analisado que 72% dos municípios não possui registro/relato de doenças veiculadas com os RSU (Figura 8).
Figura 8: Existência de doenças veiculadas com os RSU.
Dentre as doenças registradas, destacam-se diarreia (22,2%), febre (22,2%) e acidentes de trabalho (22,2%), conforme apontado na figura 9.
Figura 9: Tipo de doenças veiculadas a RSU.
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